O Senado aprovou o nome de Luiz Fernando Corrêa para chefiar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foram 43 votos favoráveis, 5 contrários e 2 abstenções.
O cargo de diretor-geral da agência estava vago há mais de um ano. O último a ocupá-lo foi Alexandre Ramagem, que deixou o posto em março do ano passado e hoje é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.
Apesar de Corrêa ter já escolhido parte de sua equipe e estar acompanhando as decisões da agência, o aval dos senadores era necessário para formalizá-lo no cargo.
A Abin é o principal órgão de inteligência brasileiro e alertou autoridades locais de segurança do Distrito Federal quando golpistas invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro.
Perfil
Luiz Fernando Corrêa, 64 anos, foi diretor-geral da Polícia Federal (PF) entre 2007 e 2011. Ele ingressou na corporação como agente em 1980 e foi responsável pela criação da Força Nacional de Segurança Pública, em 2004. A força é formada por policiais cedidos pelos estados e pelo Distrito Federal (DF), e reforça a segurança nas situações em que o efetivo local não for suficiente para conter casos de violência.
Bacharel em direito em 1986, Corrêa concluiu em 2005 uma pós-graduação em Gestão em Política de Segurança Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O relator da indicação, na Comissão de Relações Exteriores (CRE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), destacou em seu parecer que o novo chefe da Abin, enquanto estava na PF, liderou a equipe que desenvolveu o Sistema Guardião.
A plataforma digital de inteligência realiza o tratamento de dados para aperfeiçoar investigações. Randolfe classificou a ferramenta como “um marco na investigação e no combate ao crime organizado no Brasil”.
Na PF, Corrêa exerceu principalmente atividades relacionadas ao combate do tráfico de drogas. Ele chegou a se aposentar e atuou na iniciativa privada. Foi diretor do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016.
Ao longo da carreira, o novo diretor da Abin também ocupou os seguintes cargos:
- chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul (1996 a 2001);
- delegado regional de Polícia da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal (2001 a 2003);
- Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (2003 a 2007). Neste cargo, ajudou a aprimorar o Sistem Infoseg (rede integrada de base de dados);
- diretor-geral da Polícia Federal (2007 a 2011);
- coordenou atividade de inteligência da Missão Especial de Combate ao Crime Organizado no Espírito Santo em 2002 e, na mesma linha, no Rio de Janeiro, a Missão Suporte em 2003.