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Pais não levam seus filhos para vacinar contra Covid-19 no ABC paulista

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Aproximadamente 43% das crianças entre 5 e 11 anos ainda não receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19 nas cidades do ABC paulista, segundo dados das prefeituras destes municípios. Além disso, 19% da população nesta mesma faixa etária ainda não tomou nem a primeira dose.

Na capital paulista, o cenário é um pouco melhor. Cerca de 10% das crianças ainda não receberam a primeira dose, e 35% ainda precisam tomar a segunda dose.

A Prefeitura de São Paulo encaminhou, há mais de uma semana, um ofício para o governo federal pedindo autorização pra ampliar as doses adicionais da vacina em três grupos:

a quarta dose para pessoas entre 50 e 59 e anos com comorbidades;
profissionais da saúde de todas as idades;
e terceira dose, ou a dose de reforço, para adolescentes a partir de doze anos.

Em nota, a assessoria de imprensa disse que o Ministério da Saúde está analisando essa solicitação e que, quando tiver uma conclusão, a resposta será divulgada.

Esse reforço na vacinação de adolescentes é também o que pede um grupo formado por médicos e cientistas que assessora o governo federal nos assuntos de imunização.

O infectologista Renato Kfouri faz parte da equipe que, há duas semanas, encaminhou a recomendação ao Ministério da Saúde.

“Os dados vem apontando pra uma necessidade de uma terceira dose entre os adolescentes. A perda de proteção conferida por duas doses após 4 a 6 meses parece ser comum a todas as idades”, afirma Kfouri.

Alerta aceso

O último boletim Infogripe divulgado pela Fiocruz aponta que a probabilidade de crescimento de Covid-19 nas próximas semanas é de 95%.

Segundo o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, a taxa de positividade dos testes realizados na rede de atendimento da cidade subiu de 2%, há 15 dias, para 14% nesta semana.

No dia 6 de maio, o estado de São Paulo registrou média diária de 4.761 novos casos de Covid-19. Uma semana depois, foram mil casos a menos da doença. Em 20 de maio, o número caiu 60%, para 2.329. Nesta quinta-feira (26), voltamos ao patamar de duas semanas atrás: média de 3.929 casos diários.

O número de casos pode ser ainda maior pro conta da subnotificação dos autotestes, como explica a infectologista Miriam Dal Ben.

“Muita gente está fazendo o autoteste. Às vezes procura atendimento médico num consultório, mas não notifica pras autoridades. Então o numero de casos é muito maior do que a gente tem reportado”, diz a infectologista.

“É importante a gente dizer que, embora tenha um número muito importante de casos, as internações não estão vindo proporcional. Então a gente tem muito menos internações agora, graças à vacina, do que a gente teve nas ondas anteriores. Mas a gente ainda tem visto muita internação de caso grave de gente que não tomou a dose de reforço.”

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