Uma das bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro, a redução do número de ministérios está cada vez mais distante das promessas do período eleitoral.
Nesta quarta-feira (21), Bolsonaro anunciou em entrevista à Rádio Jovem Pan de Itapetininga que uma “pequena mudança ministerial deve ocorrer na segunda-feira” (26). De acordo com o blog da Natuza Nery, o movimento estudado por Bolsonaro inclui a recriação do Ministério do Trabalho.
Bolsonaro recebeu do ex-presidente Michel Temer uma estrutura com 29 pastas: 23 ministérios, duas secretarias e quatro órgãos com status de ministério.
Antes da eleição, Bolsonaro prometeu enxugar a estrutura e disse que governaria com no máximo 15 pastas.
Na proposta de governo registrada em 2018 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro defendeu a redução ministerial e criticou o que chamou de “loteamento do Estado”. Para o então candidato, “o país funcionará melhor com menos ministérios”.
“Um número elevado de ministérios é ineficiente, não atendendo os legítimos interesses da nação. O quadro atual deve ser visto como o resultado da forma perniciosa e corrupta de se fazer política nas últimas décadas, caracterizada pelo loteamento do Estado, o popular ‘toma lá-dá-cá’”, defendeu Bolsonaro há pouco menos de três anos
No entanto, três meses depois, em janeiro de 2019, empossou 22 ministros no Palácio do Planalto, incluindo o presidente do Banco Central, órgão até então com status de ministério.
Em junho de 2020, Bolsonaro anunciou a recriação do ministério das Comunicações, elevando o número de pastas a 23.
Com a sanção da lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central em fevereiro deste ano, o presidente Roberto Campos Netto perdeu status de ministro. Atualmente a esplanada conta com 22 ministérios.
Caso se concretize a recriação do Ministério do Trabalho, o governo Bolsonaro terá oito pastas a mais do que o prometido aos eleitores em 2018.