Com a divulgação de uma terceira lista sem brasileiros entre os estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza, diplomatas ouvidos mudaram a estratégia de comunicação adotada até aqui – e pararam de fazer previsões.
A mudança, segundo eles, visa a não gerar mais frustração entre os brasileiros que estão na zona crítica do conflito entre Israel e o Hamas e entre seus familiares.
“É ‘contraproducente’ fazer previsões”, afirmou um membro do Ministério das Relações Exteriores.
Interlocutores diplomáticos afirmam que, a partir de agora, novas previsões só serão informadas quando houver certeza da saída pelo posto de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito.
Apesar das intensas gestões junto aos governos de Israel e do Egito, ainda não está claro para a diplomacia global o critério usado para a elaboração das listas – e nem qual dos dois países está tomando a decisão.
Segundo diplomatas brasileiros, a motivação dessas decisões não é transparente. Nos bastidores, avalia-se que o critério é geopolítico.
Os cidadãos americanos em Gaza – ausentes da primeira lista, focada em feridos e em cidadãos com outras urgências –, por exemplo, são predominantes na segunda e na terceira lista de autorizados.
Enquanto não consegue liberar seus cidadãos para sair da zona crítica do conflito, o Brasil segue em negociação com Israel e Egito, na linha das recomendações diplomáticas e humanitárias.
A comunicação sobre esses trâmites, no entanto, ficará diferente. A diplomacia brasileira avaliou que, a partir de agora, falar de expectativas fragiliza pessoas que já estão aflitas e desesperadas em Gaza e os familiares que aguardam a chegada do grupo ao Brasil.