Pelo quinto mês seguido o Brasil registrou queda na média dos preços de alimentos e bebidas, apontou a prévia da inflação oficial do pa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O recuo, no entanto, ainda não se reflete no bolso do consumidor. Segundo especialistas, apesar de essa ser a sequência mais longa de quedas nos preços de alimentos em seis anos, os brasileiros continuam a pagar mais caro para se alimentar. (entenda mais abaixo)
De acordo com o indicador divulgado pelo IBGE, por exemplo a média de preços do grupo de alimentos e bebidas recuou 0,31% em outubro em comparação a setembro.
O número representa uma deflação menos intensa quando comparada a junho, quando teve início a sequência de quedas do grupo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
De junho a outubro, o grupo de alimentos e bebidas acumulou um recuo de 2,64%. No acumulado do ano, no entanto, a queda é um pouco menor, de 0,54%.
Segundo o IBGE, desde 2017 não havia uma sequência tão grande de taxas negativas nos preços dos produtos alimentícios pesquisados para composição do indicador. Naquele ano, foram sete deflações seguidas, de junho a dezembro, acumulando queda de 3,21%.
E para este ano o cenário não deve ser muito diferente: a expectativa é que 2023 repita a mesma sequência — de sete meses consecutivos de queda de preços — para alimentos e bebidas.
“Caso se confirmem as previsões, o indicador deve acumular queda de 3%”, disse o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) André Braz, reiterando que a previsão é que o grupo continue a apresentar um recuo de preços em novembro e dezembro.
Pouco efeito para o consumidor
Mesmo com a tendência de queda nos preços dos alimentícios, no entanto, a leitura dos economistas é que o consumidor ainda não deve sentir um alívio no bolso.
Um exemplo disso, dizem, é o indicador acumulado em 12 meses, que ficou em 0,69% em outubro — sinalizando que, na média, o brasileiro está pagando mais caro para se alimentar que no ano passado.
Mesmo se confirmada a deflação de 3% no acumulado até setembro, “as famílias devem perceber mais uma estabilidade que uma queda nos preços”, disse Braz.