Líderes de partidos aliados do presidente Lula no Legislativo alertam que ele precisa conter o “apetite” do PT na divisão de cargos para garantir a aprovação de propostas prioritárias no Congresso Nacional.
As queixas estão concentradas principalmente no União Brasil e no PSD. Os dois partidos reclamam que não estão tendo autonomia para fazer indicações e que o PT está querendo ocupar espaço em ministérios chefiados pelas legendas.
Alguns ministros de partidos aliados não conseguiram até agora compor toda a equipe. O motivo é que os nomes indicados sofrem resistência dentro PT.
“A gente também não concorda com certos nomes escolhidos pelos ministros petistas, mas não cabe a nós ficar dando ‘pitaco’ no ministério alheio. Se o PT seguir nesta linha, Lula vai sofrer dentro do Congresso”, disse reservadamente ao blog um líder aliado do presidente.
De volta da viagem aos Estados Unidos, Lula quer resolver os problemas na montagem de sua base aliada nesta semana, antes do Carnaval, para ter tranquilidade nas votações que interessam o Palácio do Planalto a partir de março.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, já está conversando e negociando a aprovação das medidas de seu pacote fiscal, mas tem encontrado resistências em alguns pontos.
Entre os quais, o voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal da Receita Federal para julgamento de pendências tributárias.
A avaliação de interlocutores de Haddad é que há espaço para aprovar, com ajustes, as medidas da Fazenda, mas a disposição em ajudar o governo vai depender exatamente do equacionamento das disputas pelas nomeações de cargos de segundo escalão.
