O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira (2) que a validade dos testes para Covid-19 que o governo mantém armazenados será estendida.
Pazuello participou de uma audiência pública na Câmara. O ministro explicou que os kits, quando foram adquiridos, tinham uma validade “emergencial” e ‘bem pequena”, e que já estava previsto que o prazo seria alongado.
Na semana passada, reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que o Ministério da Saúde armazena em São Paulo um estoque com milhões de testes que podem perder validade nos próximos meses.
Nos dias seguintes, a pasta informou que recebeu relatório da Organização Panamericana de Saúde (Opas) atestando a possibilidade de extensão do prazo. O ministério também informou que pediu a ampliação para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A caixa do kit, quando chegou, à época foi feito registro inicial com a Anvisa, e a empresa dando uma validade pequena, emergencial, para iniciar o uso. Bem pequena, de 8 meses. Essa validade inicial seria e será renovada. Porque os componentes do teste todos têm validade muito mais estendida”, disse o ministro.
O ministério é responsável por repassar os testes para os estados. De acordo com o ministro, não faltarão kits para os governos estaduais.
“Vai ser renovada essa validade. Não vejo nenhum motivo para não. E, sim, vamos ter testes normalmente para atender as demandas dos estados”, completou o ministro.
De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 7 milhões de testes parados no estoque:
2.814.500 têm data de validade que expira em dezembro;
3.979.700 vencem em janeiro de 2021;
212.900 expiram em fevereiro de 2021;
70.800 vencem em março de 2021.
A extensão do prazo ainda depende do aval da Anvisa.
Vacinas
Pazuello também foi questionado sobre as negociações do Brasil para adquirir as vacinas para Covid-19. O ministro disse que “duas ou três” empresas farmacêuticas das que estão desenvolvendo o imunizante atendem as necessidades do Brasil nos quesitos cronograma e quantidade de doses.
Segundo o ministro, há uma competição entre as fabricantes com “produção, venda e publicidade muito fortes”, mas a “história é bem diferente” quando se senta para negociar”.
“Ficou muito óbvio que são muito poucas as fabricantes que têm a quantidade e o cronograma de entrega efetivo para o nosso país. Quando a gente chega no final das negociações e vai para o cronograma de entrega e fabricação, os números são pífios. Os números são pífios. Números de grande quantidade, realmente, se reduz a uma, duas, três ideias. A maioria fica com números muito pequenos para o nosso país”, afirmou Pazuello.
“Na hora que vai efetivar a compra, vai escolher, não tem bem aquilo que tu quer, o preço não é bem aquele, e a qualidade não é aquela”, acrescentou, sem citar nenhum laboratório.
Durante a audiência, o ministro admitiu a possibilidade de comprar a vacina da farmacêutica Pfizer, por meio do Covax Facility, um consórcio de países criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir acesso equitativo a uma futura vacina da Covid-19.
A Pfizer ainda está negociando sua entrada no consórcio. O Reino Unido anunciou que vai começar a vacinar sua população com a vacina da empresa a partir da próxima semana.
“O Brasil aderiu a esse consórcio desde o desenvolvimento das vacinas, já com opção de compra, recebimento de 42 milhões de doses, que poderá ser de uma das dez fabricantes. Inclusive a própria AstraZeneca ou a Pfizer, por exemplo”, disse o ministro.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou, na segunda (1°), que idosos, profissionais da saúde e indígenas terão prioridade de imunização, mas ainda não há data prevista para o início da aplicação das vacinas.