Governado por um mesmo grupo político desde 1995, o estado de São Paulo inicia nesta semana sua primeira transição de gestão em quase três décadas.
O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), e o governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), terão a primeira reunião da transição nesta semana, em que devem iniciar as tratativas para a troca de comando no estado e conversar sobre assuntos políticos impopulares que já estão na pauta do dia, como o aumento de 50% nos salários do primeiro escalão do governo paulista e a alta de casos e internações por Covid-19 no estado.
Nesta quarta, Tarcísio inicia alinhamentos com a equipe. Na quinta (17), segundo a assessoria do governador eleito, deve ocorrer a primeira reunião oficial da transição, entre as coordenações. O encontro será em um hotel da Zona Sul de São Paulo.
Tarcísio se reunirá com os dois coordenadores da transição já indicados por eles para gerenciar a passagem de bastão: Marcos Penido e Guilherme Afif Domingos.
Na ocasião, Tarcísio também deve anunciar outros nomes técnicos que vão compor a equipe de transição paulista.
Diferentemente do governo federal, a transição em São Paulo só começa agora porque o governador eleito tirou alguns dias de descanso com a família nos Estados Unidos, em virtude da campanha eleitoral em que saiu vitorioso após vencer o adversário Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
Como o governador Rodrigo Garcia está em viagem a New York, nos Estados Unidos, a reunião com Tarcísio deve ser marcada no retorno dele, na sexta-feira (18).
Última transição em 1994
A última transição de governo que houve no estado de São Paulo aconteceu em 1994, quando o então governador Luiz Antonio Fleury Filho (MDB) transmitiu o cargo para Mário Covas (PSDB).
Fleury faleceu nesta terça-feira (15), na capital paulista, aos 73 anos. Ele governou o estado de SP entre 1991 e 1994.
Covas morreu ainda no exercício do cargo de governador, em 2001, aos 70 anos.
Aumento salarial de 50%
Em 11 de novembro, Rodrigo Garcia já havia anunciado que um dos assuntos da reunião desta semana será o projeto que está sendo discutido na Alesp que concede aumento de 50% aos salários do próximo governador, do vice e dos demais secretários de governo.
O projeto, segundo Rodrigo, deve onerar em R$ 1,5 bilhão a folha de pagamento do estado, uma vez que eleva também o teto do funcionalismo público e aumenta os salários de milhares de servidores públicos.
De acordo com o atual governador, o estado tem dinheiro em caixa para oferecer este aumento, mas a decisão política sobre o tema caberá ao futuro governante do estado, uma vez que o aumento impactará a folha de pagamento de 2023.
“Várias categorias estão limitadas e tendo um redutor de salário pelo salário do governador. É um projeto de iniciativa da Assembleia que vai discutir o salário do governador, dos secretários e de milhares de funcionários que estão vinculados a esse salário e aí o novo governo precisa dar a opinião do que ele entende como melhor”, disse Rodrigo.