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Mãe natureza não perdoa obras do Balneário Camboriú 10 meses após alargamento

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Um “degrau” apareceu na faixa de areia da praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, alargada há cerca de 10 meses, na noite de quinta-feira (20). O desnível é resultado da ação das ondas mais fortes e ocorre naturalmente, segundo o engenheiro e diretor de planejamento e gestão orçamentária do município, Toni Fausto Fraine.

Além disso, uma estrutura de concreto surgiu enterrada na areia. Ela pertenceu a um antigo restaurante flutuante, informou a prefeitura (leia mais abaixo).

Degrau na praia

Chamado de escarpa, o fenômeno do degrau pode ocorrer em qualquer praia, conforme Fraine, e sempre foi mais comum na região da Barra Sul, como mostram as fotos. Por essa razão, durante a obra de alargamento, mais areia foi depositada na área.

"Se você pegar o histórico da praia, em alguns pontos, sempre aconteciam algumas escarpas. Então é normal e isso já estava previsto", disse. 

A prefeitura reforçou, em nota, que o projeto da obra já previa o tempo de um ano a um ano e meio para ocorrer o desequilíbrio na areia .

Em março deste ano, degraus e desníveis já haviam sido visualizados na orla de Balneário Camboriú.

Concreto de restaurante flutuante

Após o relatos, a administração municipal de Balneário Camboriú informou que o cano de concreto que apareceu enterrado na praia pertence a estrutura de atracamento de um restaurante flutuante que ficava na região.

Imagens do local mostram o pilar parcialmente enterrado, próximo da água e de degraus, na região da praia conhecida como Barra Sul

Obra de alargamento

O local passou por uma megaobra de alargamento durante quase todo o último ano. Durante meses, a faixa ficou interditada para a realização dos trabalhos.

Com o fim da obra, a largura da faixa de areia passou de uma média de 25 para 70 metros. Os trabalhos começaram em março e terminaram em dezembro de 2021. A largura da praia foi aumentada em toda a extensão da orla, que é de 5,8 quilômetros.
Nota da prefeitura

Segundo o engenheiro Toni Frainer, um dos fiscais da obra de recuperação da faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú, o projeto da obra já previa no perfil de construção areia a mais para suprir a conformação e equilíbrio da praia ao longo do tempo. Isso é naturalmente previsto e os especialistas davam o tempo de um ano a um ano e meio para ocorrer este equilíbrio, e isso está acontecendo.

Esse tipo de ocorrência, estes fenômenos de escarpas, acontecem logo após eventos como ressacas (tivemos duas recentes), e é acompanhado por monitoramento da prefeitura. Como já era previsto, temos contratado um projeto de contenção nesse pequeno espaço, que será feito com geotubos.

Os geotubos são bolsas de contenção que são colocadas em locais mais afetados e depois é jogada areia por cima.

Já o tubo de cimento que apareceu no pequeno trecho onde ocorreram as escarpas, era da ancoragem do restaurante flutuante, que estava ali ancorado antes do alargamento, e vai ser retirado pela Prefeitura.

Então, alguma perda de areia ao longo do tempo já era prevista nesse período de conformação e equilíbrio da praia e está sendo monitorado.

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