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Para garantir segundo turno, JB vai explorar erros de Lula

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O comitê da reeleição do presidente Jair Bolsonaro vai explorar os “erros” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tirar votos do petista principalmente em São Paulo e, com isso, garantir a realização do segundo turno.

A estratégia é usar o programa eleitoral para mostrar, por exemplo, Lula chamando o morador do interior de São Paulo de “ignorante” e “bruto” para atacar Bolsonaro.

A região do interior paulista tem forte resistência ao PT e pode ser decisiva para definir se a eleição vai ou não para o segundo turno, na avaliação tanto do comitê de Lula como do de Bolsonaro. A equipe do presidente da República comemorou o “deslize” de Lula, porque ele deu munição para ser atacado nesta reta final com fatos novos.

Durante entrevista na semana passada, ao criticar Bolsonaro, Lula disse: “Bolsonaro, você sabe que é meio ignorantão, meio chucro, fala palavrão. Um pouco ignorante, aquele jeitão bruto dele, jeitão de capiau, do interior de São Paulo, bem ignorante mesmo. Tem gente que acha que é bonito ser ignorante, mas não é. O bonito é ser educado, um cara refinado, como eu”.

Bolsonaro fez sua carreira política no Rio de Janeiro, mas nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Glicério e foi registrado em Campinas. O presidente da República, por sinal, conta com forte apoio nesta região de São Paulo, o que tem ajudado o seu candidato ao governo paulista, Tarcísio Gomes de Freitas, que aparece no segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Em resposta a Lula, Bolsonaro já tem explorado o comentário preconceituoso de Lula, dizendo que é “capiau”, mas não “ignorante”. A própria equipe de Lula reconhece que o petista cometeu um “erro” que pode tirar votos dele nesta reta final exatamente numa região considerada estratégica para uma vitória ainda no primeiro turno.

Onda final

Para conquistar votos e evitar perda, o PT vai buscar criar uma onda final na eleição presidencial nesta última semana de campanha no primeiro turno. Nesta segunda-feira (26), Lula e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, fazem evento com artistas e vão focar a campanha em São Paulo, contando com a tradicional forte mobilização de seus militantes na reta de chegada das eleições.

Já Bolsonaro vai exatamente intensificar os ataques a Lula, a estratégia que restou ao presidente da República depois que as medidas do seu pacote eleitoral, como aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600, não tiveram o efeito esperado sobre o eleitorado.

Além de explorar erros de Lula, a propaganda eleitoral do presidente vai associar a imagem do petista a aliados que não são bem-vistos pela população, como a ex-presidente Dilma Rousseff. Além disso vai seguir tentando relacionar Lula à defesa do aborto e fechamento de igrejas evangélicas.

O comitê do petista, por sinal, se prepara para uma “campanha suja” nestes últimos dias. Entre aliados de Bolsonaro, o temor é que um exagero nos torpedos possa se voltar contra o presidente da República, o que seria fatal nesta última semana.

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