O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que há “condições” para realização de missas e cultos mesmo diante da piora da pandemia, desde que adotadas medidas de distanciamento.
Mourão deu a declaração ao ser questionado, durante entrevista no Palácio do Planalto, sobre a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou cultos e missas no país com a adoção de medidas de prevenção, como uso de máscara e limite de 25% de ocupação nas igrejas e templos.
A decisão individual e provisória (liminar) de Nunes Marques saiu no sábado (3), véspera do domingo de Páscoa, e surpreendeu prefeitos que proibiram cultos e missas como forme de tentar reduzir os casos de Covid-19. O ministro entendeu que barrar as atividades presenciais viola a liberdade religiosa.
Diante da expectativa por uma decisão do plenário do STF sobre o tema, Mourão afirmou que a liberação das atividades religiosas deve ser debatida “a fundo”. Para ele, a situação depende das condições que cada templo e igreja oferecem.
“Tudo depende das pessoas e depende do templo. Se você tem uma igreja que tem um espaço bom, você limita a 20, 30 pessoas separadas, duas por banco, vamos colocar assim, todo mundo de máscara, obviamente, acho que há condições. Agora, quando são templos apertados e muita gente lá dentro, é óbvio que não é conveniente”, disse.
Indagado se o aval pode piorar a situação da pandemia, que já provocou mais de 330 mil mortes no Brasil, o vice-presidente argumentou que missas e cultos são diferentes de festas porque são frequentados por pessoas mais “disciplinadas”.
“As pessoas que frequentam culto e templo, né, são pessoas até mais disciplinadas”, disse Mourão “É diferente de balada, essas festas clandestinas que acontecem. Não vou colocar no mesmo nível isso aí, são atividades totalmente distintas. Uma é espiritual e a outra é corporal, vamos dizer assim”, completou o vice-presidente.