O advogado Cezar Bittencourt, que defende o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou que seu cliente não vai “dedurar” o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Tem muitas coisas que não tem nada a ver. Na realidade houve um equívoco, houve má-fe. Em primeiro lugar [é um equívoco] que o Cid vai dedurar o Bolsonaro.”, afirmou o advogado em entrevista no Estúdio i, da GloboNews, nesta sexta-feira (18)
O advogado disse que seu cliente vai dizer que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Jair Bolsonaro, e que entregou o dinheiro para o ex-presidente. A informação foi publicada pela revista Veja e confirmada pela TV Globo.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid, no sistema do Ministério da Saúde, de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Operação da PF
Na sexta-feira (11), a Polícia Federal fez buscas em uma operação que averigua a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. Entre os alvos da operação, estavam:
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente-coronel do Exército;
- Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Osmar Crivelatti, tenente do Exército e ex-ajudante de ordens
- Frederick Wassef, advogado que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
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Paulistano
‘Cerco se fechou’ e defende apreensão do passaporte de JB
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que “o cerco se fechou” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e defendeu a apreensão do passaporte dele. Segundo a ministra, Bolsonaro foi apontado “como mandante da tentativa da fraude às urnas eletrônicas”.
“Podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro, está apontando como autor, como mandante da tentativa da fraude às urnas eletrônicas, como tentativa de fraude à decisão sempre legítima do povo brasileiro, de escolher o seu sucessor, ali estava a tentativa de violar, de atentar com a democracia brasileira”, afirmou.
As declarações foram durante a posse do economista Marcio Pochmann à frente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao defender a apreensão do passaporte do ex-presidente, Tebet disse acreditar que Bolsonaro deixaria o país “para poder salvar a própria pele”.
“Não se enganem, que busquem mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo, com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”, continuou.
A ministra ainda citou declaração de Ulysses Guimarães, que disse: “Traidor da Constituição, é traidor da pátria. Temos ódio e nojo, nojo da ditadura”.
As declarações da ministra ocorrem um dia após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPI dos Atos Golpistas Ele disse ter se reunido com Bolsonaro no ano passado, e que o então presidente lhe prometeu indulto caso ele fosse preso por eventual ação contra as urnas
À CPI, Walter Delgatti Neto disse que, no encontro com Bolsonaro no Alvorada, que teria sido intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-presidente questionou se ele conseguiria invadir urnas eletrônicas, para “testar a lisura” dos equipamentos.
“Apareceu a oportunidade da deputada Carla Zambelli, de um encontro com o Bolsonaro, que foi no ano de 2022, antes da campanha. Ele queria que eu autenticasse… autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro. […] Lembrando que eu estava desemparado, sem emprego, e ofereceram um emprego a mim. Por isso que eu fui até eles.”
Segundo o hacker, à ocasião, Bolsonaro assegurou que concederia um indulto a ele, caso fosse preso ou condenado pela atuação.
“Sim, recebi [garantia de proteção]. Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia.”
Delgatti Neto disse ainda que teve encontros com servidores do Ministério da Defesa para dar seguimento ao plano, mas não foi bem-sucedido porque o código-fonte das urnas ficava com acesso restrito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).