O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu pela manutenção da prisão de Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). Torres está preso em Brasília desde 14 de janeiro, e é investigado por suspeita de omissão e conivência com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Na decisão, Moraes argumentou que a manutenção da prisão é justificada pela descoberta de novos indícios da participação de Anderson Torres em tentativas de dificultar a votação no 2º turno das eleições de 2022.
Segundo o ministro, a investigação reforçou a necessidade de manter o ex-ministro preso, em especial por causa de “depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta ‘minuta golpista’ e em uma ‘operação golpista’ da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no 2º Turno das eleições presidenciais de 2022”
Em 30 de outubro de 2022, quando foi realizado o 2º turno, a PRF fez múltiplas operações e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das blitze – que haviam sido proibidas no dia anterior por Alexandre de Moraes, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – aconteceu em estados do Nordeste.
Andréia Sadi, relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que 2.185 ônibus foram fiscalizados no Nordeste entre 28 e 30 de outubro, contra 571 no Sudeste.
Mais cedo, Moraes havia autorizado a Polícia Federal (PF) a ouvir Anderson Torres no inquérito que apura as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições. O depoimento está marcado para a próxima segunda-feira (24).