O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou, em comunicado há pouco, aprovação de R$ 2,2 bilhões em financiamento à Embraer. Segundo informe da instituição de fomento, os recursos serão usados para produção e exportação de aeronaves comerciais fabricadas pela empresa brasileira.
Em informe sobre o tema, o BNDES detalhou que o crédito será concedido por meio do programa BNDES Exim Pré-Embarque. Essa é uma linha de crédito direto do banco para produção de bens nacionais destinados à exportação.
No comunicado, o banco informou que, em seu entendimento, a operação reforça captação de crédito rotativo, anunciado recentemente pela Embraer, de US$ 650 milhões com conjunto de instituições financeiras estrangeiras.
A instituição detalhou, ainda, que a consumação do financiamento está sujeita, dentre outros, ao cumprimento de condições prévias fixadas pelo BNDES e à assinatura do respectivo contrato.
Ao falar sobre o crédito em nota sobre o tema, Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, comentou que as operações de crédito são importantes para retomada da produção de aeronaves pela Embraer nos patamares pré-pandemia, antes da covid-19 – a crise sanitária começou em 2020.
No entendimento de Aranha, o financiamento também reforça parceria estratégica entre o BNDES e a Embraer iniciada em 1997, “consolidando o apoio do BNDES à indústria aeronáutica e à exportação de aeronaves brasileiras”, destacou o diretor, no comunicado.
Já o diretor financeiro, ou CFO, da Embraer, Antonio Carlos Garcia também citou na mesma nota a longevidade da parceria entre Embraer e BNDES. Para ele, a ligação “ilustra a solidez dessa relação que estimula as exportações do Brasil e beneficia a sociedade como um todo”.
“Em conjunto com outras ações que estamos realizando junto às instituições financeiras brasileiras e internacionais esta operação reforça nossa credibilidade para acesso a recursos financeiros que vão contribuir para a execução do nosso plano de crescimento”, disse Garcia, no comunicado do BNDES sobre o crédito.
No informe, o BNDES lembrou que a parceria com a companhia iniciou em 1997, ano do primeiro apoio do banco à Embraer. Desde então, a instituição de fomento financiou cerca de US$ 25 bilhões em exportações de suas aeronaves, viabilizando a produção e exportação de mais de 1.275 unidades para companhias aéreas ao redor do mundo, segundo números citados pelo banco.
Prejuízo no 3º trimestre
A Embraer encerrou o terceiro trimestre com prejuízo líquido atribuído aos acionistas da companhia de R$ 160,4 milhões, uma queda de 31,5% em relação à perda líquida registrada um ano antes.
Ajustado, o prejuízo trimestral foi de R$ 93,8 milhões, comparável a R$ 179,7 milhões negativo no mesmo intervalo de 2021.
Apesar da melhora do resultado operacional, o trimestre foi marcado por mix de entregas menos favorável tanto na aviação executiva quanto na comercial e queda nas receitas de defesa e segurança.
De julho a setembro, a companhia teve receita líquida de R$ 4,87 bilhões, baixa de 2,8% na comparação anual, enquanto o resultado antes de juros e impostos (Ebit) ajustado avançou 42%, a R$ 259,9 milhões. A margem Ebit ajustada evoluiu de 3,7% para 5,3%.
A queda nas receitas foi decorrente da piora de desempenho em defesa e segurança, parcialmente compensada por números mais fortes na aviação comercial e na aviação executiva, bem como no negócio de serviços e suporte.
Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 18%, a R$ 485,4 milhões.
A margem bruta consolidada, por sua vez, subiu ligeiramente em um ano, de 18,9% para 19,1%.
No trimestre, a Embraer registrou uso de caixa livre ajustado de R$ 586,6 milhões, frente a geração livre de R$ 123,3 milhões um ano antes, refletindo a maior necessidade de capital de giro para fazer frente ao maior volume de entregas de aviões projetado para o quarto trimestre.
Em setembro, a dívida líquida da companhia estava em R$ 6,89 bilhões, considerando-se a subsidiária Eve, contra R$ 6,27 bilhões três meses antes.