O deputado Fernando Holiday (Novo) discutiu com duas vereadoras após dizer , na tribuna da Câmara de São Paulo, que sindicatos de trabalhadores vivem de “vagabundagem”, recebendo dinheiro dos empregados sindicalizados.
O parlamentar ainda teve o microfone retirado por uma delas após falar para as parlamentares, uma do PT e outra do PSOL, se reservarem à “insignificância” da oposição e se sentarem porque ele não iria conceder a elas a fala para contestá-lo
“Mais uma vez, muito satisfeito com as vaias dos sindicatos nas galerias, é sempre uma honra ser vaiado por cada uma das senhoras, dos senhores”, disse Holiday sobre as vaias que recebeu quando começou a falar durante sessão na Câmara Municipal que tratava do Projeto de Lei 428 sobre proposta do governo para o funcionalismo público, que organiza o plano de modernização do sistema de fiscalização de atividades urbanas e orientação de atividades urbanas.
Segundo o site da Câmara, o “Projeto de Lei apresenta tabelas com as configurações das carreiras, jornadas de trabalho semanais, remunerações e os reajustes estabelecidos para cada categoria. A matéria também extingue aproximadamente 2.000 cargos públicos municipais.”
"Os sindicatos que estão aqui hoje, portanto, passado ao longo de décadas, não representa mais o trabalhador, mas representam a sua própria elite, a sua própria diretoria e esta diretoria vive de fazer nada e, portanto, vive da vagabundagem”, falou o vereador do Novo. "Alguns vereadores ficam receosos quando eu uso esse termo 'vagabundagem', mas eu acho interessante nós analisarmos o termo em si, o significado de 'vagabundagem'. Eu vou jogar no Google aqui, ao vivo: v-a-g-a-b-u-n-d-a-g-e-m.”
“Eu vou deixar muito claro aqui. Não vou conceder a parte à oposição, reservem-se a sua insignificância. Por favor, parlamentares do PT ou do PSOL ou sentem-se nos seus lugares ou voltem aos seus gabinetes, no meu tempo vocês não vão falar”.
As declarações dele desagradou as vereadoras Juliana Cardoso (PT) e Luana Alves (PSOL), que subiram a bancada depois que o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), não atendeu os pedidos delas para que respondessem Holiday.
“Presidente pela ordem; presidente Milton Leite, pela ordem…”, pediu Juliana.
Ao chegarem ao púlpito, onde o vereador do Novo falava, Juliana e Luana discutiram com Holiday, que depois as acusou de agressão nas suas redes sociais.
“Durante discurso na Câmara Municipal, vereadores do PSOL e PT não só tentaram me censurar, como me agrediram. Invadiam a tribuna, ROUBARAM o microfone e me agrediram”, postou o vereador do Novo em seu Twitter.
Juliana chegou a retirar o microfone do vereador. Nas imagens é possível ver quando parte do equipamento se solta quando os dois passam a disputá-lo.
“’Insignificância’ do quê? insignificante é você! Você que é insignificante. Não estou usando de violência. Você não vai chamar servidor público de vagabundo! quadrilha é você, você e o MBL”, rebateu Juliana.
“Vereadora, a senhora não pode fazer isso, vereadora. A senhora não tem direito de fazer isso, vereadora. Retire-se daí, vereadora”, falou Milton sobre a parlamentar ter retirado o microfone de Holiday.