Ao menos 550 pessoas sofreram acidentes no Metrô da capital entre janeiro e maio deste ano, de acordo com levantamento do SP1. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Em média, três acidentes envolvendo passageiros são registrados por dia em estações do Metrô na capital e 110 por mês. Desses, 67% foram registrados nas escadas das estações. A cada 10 acidentes registrados, seis são com mulheres.
Até maio deste ano, 550 pessoas se acidentaram. Mas esse número vem caindo desde 2018.
2022: 550 (janeiro a maio)
2021: 1.106
2020: 1.160
2019: 2.075
2018: 2.439
A campeã de acidentes é a estação da Sé, na região central, seguida de Palmeiras-Barra Funda, Zona Oeste:
Sé: 44;
Palmeiras-Barra Funda: 27;
Corinthians Itaquera: 23;
Jabaquara: 23;
Tatuapé: 22.
O levantamento mostra ainda que a maior parte dos acidentes acontece nas escadas. Em primeiro lugar, as rolantes, e em segundo, as fixas.
O coordenador do programa de mobilidade do Idec, Pedro Calábria, defende que falta atenção dos passageiros e, mais do que isso, placas sinalizando os fluxos e quando elas estão interditadas ou desligadas.
“Chama atenção o número alto de acidentes e como isso é pouco alertado pelo metrô nas estações e é bastante padronizado os acidentes. então você tem bastante maioria nas escadas rolantes e também os acidentes concentrados nas estações mais movimentadas, de transferência, como a Sé, Ana Rosa, até transferência com a CPTM, como Tatuapé. O metrô poderia traçar uma estratégia destinada a esses pontos, já que eles são tão específicos.”
A instalação de equipamentos de segurança é uma discussão antiga. A Justiça anulou no ano passado um contrato firmado em 2019 pelo metrô com um consórcio no valor de R$ 340 milhões que previa a instalação de 88 portas em 36 estações das linhas azul, verde e vermelha.
Para o metrô, a pandemia pode ter influenciado nesse cenário, de acordo com Cecília Guedes, chefe de relacionamento com o passageiro do metrô
“Nas escadas, em geral, a causa está no comportamento das pessoas. O principal aspecto na escada rolante é segurar o corrimão porque nós estamos em um equipamento em movimento. Na pandemia, embora a gente tenha diminuído bastante o número de passageiros, a gente teve um aumento nas escadas rolante porque as pessoas não estavam segurando no corrimão. Temos essas campanhas inclusive orientando isso, segure no corrimão e passa o álcool na saída das escadas e isso serve pra escada fixa também, que é um apoio no fluxo do movimento, que você tem um movimento de ir e vir nas escadas.”