A soma de temperatura com vento e umidade do ar leva a um conceito muito comum tanto no inverno quanto no verão: a sensação térmica. Muitas vezes, ela é muito menor (ou maior) do que o frio ou calor registrados nos termômetros. A cidade gaúcha São José dos Ausentes, por exemplo, registrou sensação térmica de -20ºC nesta quarta-feira (18).
Em primeiro lugar, sensação térmica não é a mesma coisa que temperatura.
“A sensação térmica é uma equação proveniente da junção de uma série de variáveis. Em geral, temperatura, vento e umidade relativa do ar”, explica a meteorologista da Resultante ESG, Daniela Freitas.
Quando a umidade do ar está alta e a temperatura também, a sensação térmica é ainda maior, porque o suor acaba não evaporando para diminuir a temperatura corporal, fazendo com que a pessoa sinta mais calor.
No frio, quando tem vento, o ar é trocado constantemente, aumentando a troca de calor entre o corpo e ambiente. Se a temperatura está baixa e temos essa troca constante, o calor do nosso corpo vai embora e acabamos sentindo frio.
A sensação térmica é igual para todo mundo?
Não. A meteorologista explica que cada corpo possui uma sensação distinta. Além disso, a sensação térmica é uma sugestão, não quer dizer que a pessoa vai sentir aquela temperatura.
“Os motivos são os mais variáveis possíveis. Eles vão desde o condicionamento físico, idade, metabolismo, hábitos alimentares, regionalização. Uma pessoa que mora em Porto Velho e viaja para Curitiba sentirá na pele um frio diferente se comparado com a pessoa nativa da capital do Paraná, por exemplo”, diz Daniela.
Como ela é calculada?
No últimos 70 anos, mais de 160 diferentes índices de sensação térmica foram desenvolvidos e cada um adota critérios específicos para isso. Nos Estados Unidos por exemplo, é usado o Heat Index. No Canadá, o Humidex.
Em geral, o cálculo da sensação térmica leva em conta variáveis como temperatura real do ar, umidade relativa do ar, radiação solar, falta ou presença de vento e vestimentas.