Ainda que em ritmo lento, as perspectivas são de aquecimento para o mercado de trabalho brasileiro. Uma pesquisa da empresa de tecnologia para RH InfoJobs, , mostra que 73% das empresas pretendem contratar novos funcionários no primeiro semestre de 2022.
Dentro desse grupo, um terço deve abrir de 1 a 3 vagas, 22% até 5 posições, e 21% pretende fazer mais de 20 contratações. São empregos formais, em vários níveis hierárquicos: as mais citadas foram auxiliar ou assistente (22%), analista (22%) e especialista (15%).
Segundo o InfoJobs, o número de vagas abertas na plataforma é 40% maior que no mesmo período do ano passado.
O sopro de otimismo surge em meio à lenta recuperação do mercado de trabalho desde o início da pandemia do coronavírus. O dado mais recente de desemprego mostra que 12,4 milhões de brasileiros continuam sem trabalho, uma taxa de 11,6% no trimestre encerrado em novembro.
A boa notícia é que essa é a menor taxa de desemprego desde o trimestre encerrado em janeiro de 2020 (11,4%), mas o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior, para R$ 2.444 – o menor rendimento da série histórica iniciada em 2012.
“A palavra-chave é retomada, e ainda vamos viver por um tempo nessa condição. Para nossa surpresa, a variante ômicron ainda não impactou a abertura de novas oportunidades”, diz Ana Paula Prado, diretora nacional do InfoJobs.
A executiva diz que a pandemia é central para entender a retomada do mercado de trabalho, mais importante até que as condições macroeconômicas que o país atravessa.
Em geral, a alta da taxa de juros costuma desestimular o investimento das empresas, reduzir as projeções de crescimento e impactar o cenário de contratações.
“Nunca tivemos uma crise tão grave como a pandemia, com queda tão brusca no número de oportunidades. Ainda teremos alguma volatilidade, mas é um ano de recuperação do que foi perdido”, diz Prado.
“O que ainda nos segura é a incerteza, mas tanto de inflação e juros, como da garantia de saída da pandemia.