Durante mais ou menos dois anos e meio, Daniel Ricciardo e Max Verstappen foram companheiros na RBR. Em uma relação que começou em 2016, ano em que o atual líder da temporada chegou à equipe austríaca e se tornou o piloto mais jovem a vencer uma corrida, e terminou em 2018, quando o australiano decidiu deixar a escuderia, o que ficou de legado foi o respeito e a admiração.
Em entrevista concedida ao site holandês RacingNews360, Ricciardo relembrou a parceria com Verstappen e comentou sobre o processo de amadurecimento que o mesmo viveu durante esses anos na Fórmula 1. De acordo com o piloto da McLaren, a relação com Max é mais “fácil” agora que não existe mais aquela disputa dentro da RBR.
Como pessoa, gosto muito do Max. Certamente, provavelmente foi mais fácil nos relacionarmos depois de sermos companheiros de equipe porque não temos esse confronto direto, como você diz. Mas acho também que ele amadureceu, sabe? Então gosto da forma como ele trata seus negócios também. Somos bem diferentes, mas acho que ele é muito fiel à sua palavra, não tem confusão. Definitivamente gosto dele e o respeito por isso – afirmou.
Ricciardo claramente não fugiu do principal assunto: a disputa pelo título da Fórmula 1 em 2021. Ao comentar sobre o duelo entre Verstappen e Hamilton, o piloto opinou que, se não for esse ano, o holandês será campeão em algum momento. Ele ainda aproveitou para brincar com o velho companheiro, e disse “ser o melhor” entre os dois.
- Se não for este ano, acho que é inevitável que ele ganhe um título mundial. Não quer dizer que seja uma coisa fácil de alcançar, mas acho que ele tem todas as qualidades para isso – disse.
Até o dia em que eu parar… sempre acreditarei que sou o melhor. Acho que o dia em que parar será o dia em que deixarei de acreditar que sou o melhor piloto. Max é o segundo melhor? Provavelmente! Provavelmente! (risos) – completou.
Ricciardo destacou também a primeira impressão que teve de Verstappen, em uma sessão de treinos do GP de Barcelona, na Espanha. De acordo com o piloto, o holandês sempre teve qualidades importantíssimas, mas a maturidade agora atingida possibilita que ele seja um dos melhores.
- Como piloto, olha… Lembro da primeira sessão de treinos livres dele em Barcelona, quando ele entrou na RBR e estava lá. Lembro de ter visto os dados e pensei: ‘Ok, ele não está pra brincadeira’. Acho que ele tem essa velocidade, essa velocidade bruta, essa falta de medo. Agora ele tem maturidade para fazer dele um piloto top, top mesmo – apontou.
No Grande Prêmio do Azerbaijão, em 2018, Ricciardo e Verstappen colidiram e protagonizaram o episódio mais delicado da relação. Perguntado sobre o tratamento para os dois dentro da RBR, o australiano disse que nunca enxergou nenhuma diferença e deixou claro que todos sempre foram muito claros, mas que em alguns momentos questionou o “ponto de vista” da escuderia.
- Foi divertido. Definitivamente houve algumas colisões na pista, mas nunca foi… Acho que por nossa força fomos, acho que lidamos muito bem com isso. Acho que (nossos engenheiros de corrida) foram bons, não havia nenhum tipo de segredo e acho que eles foram muito abertos um com o outro. Então, na verdade, o o ambiente era muito bom – declarou.
- Do ponto de vista do carro, do ponto de vista da configuração, nunca questionei o equipamento igual. Mas às vezes, do ponto de vista, não me sentia igual em algumas situações. Foi aí que me senti um pouco instável. Inseguro, eu acho. Sei que com Webber e Vettel às vezes havia uma asa dianteira, isso e aquilo, quem fica com essa parte? Sinceramente, eu nunca tive isso – concluiu.
