Apesar de os dados do acumulado de janeiro a setembro revelarem que as vendas de veículos estão em recuperação em relação ao primeiro ano da pandemia, a falta de automóveis no mercado, provocada pela persistente escassez de semicondutores, já leva os dirigentes do setor a rever suas projeções para este ano.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), que representa os concessionários, divulgou uma nova estimativa de vendas em 2021, de 2,15 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Isso representa crescimento de 4,8% na comparação com 2020. A projeção anterior, feita em julho, porém, era de crescimento bem maior, de 11,6%.
A Fenabrave iniciou 2021 com expectativa de encerrar o ano com um mercado de 2,38 milhões de veículos, o que representaria um aumento de 16% na comparação com 2020. Mas como a falta de componentes – principalmente para a produção de automóveis – persistiu ao longo dos meses e está longe de terminar, a entidade refez os cálculos.
“Vivemos, hoje, possivelmente, o ponto mais crítico da crise de abastecimento”, destacou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
As vendas de veículos registraram queda em setembro. Foram licenciadas 155 mil unidades, o que representou retração de 25,33% na comparação com o mesmo mês de 2020. O segmento de automóveis foi o que registrou o maior impacto da falta de componentes, com retração de 32,28%.
No acumulado dos nove meses até setembro, o emplacamento de 1,57 milhão de veículos representou uma alta de 14,78% em relação ao mesmo período do ano passado.