O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que a reforma do Imposto de Renda será votada, apesar dos seguidos adiamentos na apreciação da matéria e em um momento em que aumentam os questionamentos da viabilidade do projeto, que enfrenta resistências de empresários, estados e municípios. Sem acordo, a Câmara adiou novamentea votação do projeto.
Lira também cobrou maior envolvimento do governo na defesa da proposta. Destacou que o projeto tem reflexos no novo programa social, ao propor a taxação de dividendos como uma fonte permanente de recursos para custear o Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, além de corrigir algumas distorções do sistema.
Lira mencionou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem tido uma atuação técnica nos bastidores, mas que falta articulação política para fazer a proposta avançar. Disse que vai procurar os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que têm essa função.
Ele destacou que o projeto continua na pauta do plenário da Casa e que vai procurar todos os parlamentares da base e da oposição na tentativa de costurar um acordo que permita aprovar o texto base na próxima semana e os destaques, posteriormente.
“Esse projeto não vai para a gaveta. Ele vai ser discutido mais algumas vezes, está na pauta e será votado. O governo, realmente, tem que entrar para cobrar da base até porque o projeto tem reflexos no novo programa social”, disse Lira ao GLOBO.
De forma reservada, deputados da base governista cobram envolvimento do presidente Jair Bolsonaro, que não dá “um pio” a favor do projeto. Se a reforma passar, a arrecadação do governo pode aumentar, mas o governo parece não estar priorizando o projeto.
Barros destacou que os parlamentares não se sentem confortáveis para votar porque os cálculos sobre o impacto das mudanças não são confiáveis.
O vice-líder do PSD, deputado Marco Bertaiolli (SP), um dos defensores do projeto, disse que a Receita Federal precisa abrir os números para as bancadas.