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Política da Petrobras tem ‘só um viés’: atender aos interesses de alguns grupos

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou , em conversa com apoiadores, que a política da Petrobras “só tem um viés”: o de atender aos interesses de “alguns grupos no país”. Ele não especificou quais grupos teriam os interesses contemplados pela estatal.

Bolsonaro anunciou no fim da semana passada a troca na presidência da Petrobras. Para o lugar de Roberto Castello Branco, ele escolheu o general Joaquim Silva e Luna, diretor de Itaipu Binacional.

Bolsonaro tem demonstrado insatisfação com a política de preços da Petrobras e com os reajustes nos preços dos combustíveis praticados pela estatal nas refinarias. Só que a troca no comando da empresa repercutiu mal no mercado financeiro, que viu no gesto de Bolsonaro uma interferência política na Petrobras.

“Dia 20 de março encerra o prazo da vigência do atual presidente. É direito meu reconduzi-lo ou não. Ele não será reconduzido. Qual o problema? É sinal de que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras, atender aos interesses próprios de alguns grupos do Brasil, nada mais além disso”, disse Bolsonaro aos apoiadores.

O litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% desde o início do ano. Já o diesel subiu 27,72% no mesmo período.

A Petrobras reajusta os preços conforme a cotação do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar em relação ao real. Bolsonaro disse que não interferirá na política de preços, mas cobra previsibilidade.
Após a decisão de Bolsonaro, as ações da Petrobras entraram em queda livre. A bolsa de valores brasileira, a B3, abriu o pregão desta segunda em retração de 5,23%, pressionada pelo tombo nas ações da Petrobras, que têm peso de 10,27 no índice.

As ações ordinárias da estatal (PETR3) tinham queda de 19,08%, a R$ 21,93, e as preferenciais (PETR4) tinham baixa de 19,39%, a R$ 22,03.

Home office
Bolsonaro ainda questionou os salários pagos aos executivos da Petrobras e criticou Castello Branco por realizar trabalho remoto, o chamado home office, em razão da pandemia de Covid-19. Segundo Bolsonaro, o presidente da Petrobras “está há 11 meses em casa sem trabalhar”.

“Isso para mim é inadmissível. Descobri isso há poucas semanas. Imagine eu, presidente, em casa, com medo do Covid, ficando aqui o tempo todo aqui no Alvorada. Não justifica isso aí. Então, inclusive, o ritmo de trabalho de muitos servidores lá está diferenciado. Ninguém quer perseguir servidor, muito pelo contrário, temos que valorizar os servidores”, concluiu Bolsonaro.

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